Sistema Econômico - Trabalho X Consumo


o empregado, o empregador e o consumidor.
                  O empregado executa tarefas para o empregador em troca de um salário ou pagamento monetário, enquanto o empregador vende um bem ou um serviço para o consumidor com o intuito de lucrar, outra classificação de pagamento monetário.
                  Desta forma, quer o empregador quer o empregado funcionam como consumidores, pois o pagamento monetário que obtêm são usados comprar bens e serviços relevantes para sua sobrevivência.
                  Este ato de comprar bens e serviços é o que permite a todo o sistema perpetuar-se, permitindo deste modo ao empregador e ao empregado ganharem dinheiro e assim continuarem a consumir.
                  Noutras palavras, existe o requisito de consumo cíclico ou perpétuo que mantém toda a economia em funcionamento.
                  Se o consumo algum dia parasse, todo o sistema entraria em colapso. Portanto é necessário que de forma continua que se faça necessário incutir na mente das pessoas a necessidade de consumo.
                  Especializam-se em formas de manipulações agressivas, com a intenção de fazer com que tudo tenha uma finalidade pessoal e que todos os produtos devem ser consumidos para que a felicidade possa entrar em suas vidas.
                  Isto produz duas severas conseqüências para a sociedade: 
  
                  1. Nada produzido mantêm uma expectativa de vida maior do que pode ser suportado, de forma a manter o necessário "consumo cíclico".
                  Tudo deve avariar ao fim de determinado tempo, de forma a que continue a circulação financeira necessária ao alimento da economia.
                  Esta característica pode ser definida como "obsolência planeada".
                  A obsolência planeada é essencialmente a retenção deliberada da eficácia para que o produto em questão rapidamente avarie. Isto acontece intencionalmente com os fabricantes a agendarem os seus produtos para avariar, muitas vezes, logo que a garantia expira e indiretamente, onde o lucro à base de compromissos é levado à produção, geralmente sob a forma de materiais baratos e de má concepção e que se traduz num produto imediatamente inferior – em que a falha do produto é simplesmente uma questão do tempo.
                  2. A segunda consequência é que novos produtos e serviços devem ser constantemente introduzidos independentemente da utilidade funcional, gerando desperdício interminável.
                  O resultado destas duas questões não são nada senão inaceitáveis, pois não só os recursos são usados negligentemente em produtos que são desenhados para não durar, desperdiçando energia humana e materiais, como a quantidade de desperdícios e poluição resultante é desconcertante.
                  Dito de outra forma, os resíduos são um subproduto deliberado da necessidade da indústria em manter o "consumo cíclico" em funcionamento. O produto expirado ou obsoleto vai para o lixo, acaba em aterros, poluindo o ambiente, enquanto que a constante multiplicidade acelera essa poluição.
                  Para expressar isto de um ângulo diferente, imagine as ramificações dos métodos de produção que estrategicamente maximizam a eficácia e sustentabilidade de qualquer produto, usando os melhores materiais e técnicas conhecidos e disponíveis atualmente.
                  Imagine produtos tão bem concebidos que não necessitam de manutenção por 100 anos, digamos. Imagine uma casa que foi construída com base em materiais à prova de fogo, onde todos os dispositivos, operações eléctricas, canalização e similares, foram feitos a partir dos recursos mais impermeáveis, com a integridade mais elevada, disponíveis na Terra.
                  Num mundo tão mais são, em que realmente criamos as coisas para durar, minimizando a poluição e o desperdício, um sistema monetário seria impossível. Pois o consumo cíclico abrandaria tremendamente, enfraquecendo para sempre o chamado crescimento econômico.

Autor: André Zanardo

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